Como é feita a produção in vitro de embriões bovinos?
Com o avanço da medicina veterinária, os rebanhos passaram a ser mais produtivos. Podemos atribuir esse crescimento ao intenso melhoramento genético a partir da seleção de características desejáveis ao manejo reprodutivo. A inseminação artificial em tempo fixo (IATF), a transferência de embriões (TE) e a produção in vitro de embriões bovinos (PIV).
A produção in vitro de embriões bovinos é uma biotécnica reprodutiva que possibilita a maximização do potencial genético do rebanho a partir do cruzamento de animais de alto valor. A vantagem dessa técnica é produzir descendentes de animais que não estejam fisicamente no mesmo lugar. Ou ainda, obter embriões até mesmo de animais que já morreram, mas deixaram material genético para reprodução.
O que é a produção in vitro de embriões bovinos?
A produção in vitro de embriões em bovinos é uma técnica reprodutiva importante que permite que o espermatozoide e o oócito interajam fora do trato reprodutivo da fêmea. Dessa forma, tem-se a formação de um novo indivíduo. Depois que houver a fertilização (FIV) e o cultivo in vitro do zigoto, o material será transferido para o útero de uma fêmea reprodutora (TE).
Essa biotécnica reprodutiva teve início de sua aplicação em bovinos na década de 80. No ano de 1982 nasceu o primeiro bezerro produzido por fecundação in vitro nos Estados Unidos. Já no Brasil, os primeiros indivíduos gerados pela PIV só foram gerados em 1994, utilizando oócitos maduros e sêmen descongelado.
Hoje a aplicação da técnica evoluiu muito no país tornando-o um dos maiores produtores de embriões bovinos do mundo.
Etapas da Produção in vitro de embriões bovinos
Para a realização da produção in vitro de embriões bovinos é preciso seguir algumas etapas. Confira cada uma delas a seguir!
Coleta de oócitos
A coleta de oócitos, que são as células reprodutivas da fêmea, pode ser feita de diferentes formas.
A primeira delas é post mortem, que é quando o veterinário faz a punção folicular nos ovários da fêmea para a obtenção das células. Essa é uma técnica muito utilizada quando o animal tem alto valor genético mas precisou ser abatido por causas diversas.
Quando a coleta de oócitos será feita com o animal vivo, utiliza-se a técnica da laparoscopia ou laparoscopia de flanco, ou seja, pequenas incisões semi-cirúrgicas no abdômen para a extração das células direto dos ovários.
Entretanto, uma técnica mais moderna e menos invasiva que é a aspiração folicular guiada pela ultrassonografia (OPU- Ovum Pick Up). Por meio dessa biotécnica, há uma produção maior e de melhor qualidade dos embriões bovinos. Para ter mais sucesso com a aspiração folicular pode-se aplicar um protocolo de superovulação.
Maturação
A maturação é a segunda etapa da PIV em bovinos é consiste em uma série de mudanças no citoplasma e no núcleo do oócito para que ele possa, então, ser fecundado.
Existem diversos sistemas de maturação para a produção in vitro de embriões bovinos. Mas, além do meio de cultura, é preciso dispor de uma estufa que mantenha a atmosfera gasosa e temperatura controlada e adequada. O período de maturação varia de 18 a 24 horas.
Depois da maturação nuclear, é necessário que os oócitos adquiram progressivamente, durante a fase final de crescimento folicular, a capacidade de completar a maturação citoplasmática e, dessa forma, possam suportar o desenvolvimento embrionário. Afinal, é nessa fase que há diversas modificações ultra-estruturais, moleculares e bioquímicas do citoplasma e da membrana plasmática do oócito, que o permitem adquirir a competência para o desenvolvimento e o mecanismo enzimático relacionado ao bloqueio da polispermia.
Observa-se que a maioria dos oócitos coletados para PIV está incluso em pequenos folículos antrais e, desse modo, a capacitação é adquirida ao longo do desenvolvimento folicular devido às transformações ocorridas no oócito durante esse período, que o tornam apto a suportar as fases iniciais do desenvolvimento embrionário.
Fecundação
A fecundação se refere ao processo em que o espermatozoide entra em contato com o oócito, gerando o zigoto, que, posteriormente, se desenvolve até o estádio de blastocisto.
No processo in vivo, os espermatozóides precisam chegar até a tuba uterina para fecundar o oócito. Nesse trajeto, passa por transformações enzimáticas a partir da interação com substâncias uterinas permitindo uma hiperativação espermática.
Já na produção in vitro de embriões bovinos, é preciso que os meios e os protocolos usados forneçam um ambiente adequado, sendo que esse deve permitir o metabolismo dos oócitos e células do cumulus, além de manter a função espermática eficiente para que ocorra a fecundação.
Transferência de embriões
Depois de passar pelas fases de maturação e fecundação, com a formação do zigoto, este deverá passar por inúmeras divisões celulares ou clivagens até se constituir em blastocisto, estádio adequado para realização da transferência de embriões.
Na transferência, o embrião é coletado e será depositado no útero da fêmea receptora. É importante que o organismo desse animal esteja preparado para receber o material. Para isso, é importante que esteja no estágio reprodutivo adequado.
Vantagens da PIV em Bovinos
Como biotécnica, a produção in vitro de embriões bovinos apresenta diversas vantagens. As principais delas são:
- possibilidade de gerar mais bezerros por ano;
- seleção e aprimoramento genético dos filhotes gerados;
- oportunidade de comercialização do material genético congelado de animais geneticamente superiores;
- definição das características mais importantes para a produtividade e para a melhoria da caracterização do rebanho;
- produção de embriões a partir de material de animais que já tenham morrido;
- redução da incidência de problemas decorrentes da monta.
É importante saber que, para a correta aplicação dessa biotécnica é preciso investir em um equipamento de ultrassom veterinário de qualidade, pois ele será essencial para a coleta do material e diagnóstico de gestação. Além disso, por serem técnicas mais sofisticadas, é preciso ter um conhecimento profundo sobre reprodução bovina.
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Fonte: Blog Shop do Veterinário

